Esse artigom extraído do site http://pt.wikipedia.org/wiki/Caic%C3%B3g traz algumas informações gerais sobre a cidade de Caicó/RN, para quem estiver curioso e quer aprender alguma coisa sobre a cidade.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Caicó é um
município brasileiro no
interior do
estado do
Rio Grande do Norte. Principal cidade da região do
Seridó, localiza-se na
Microrregião do Seridó Ocidental, na
região centro-sul do estado distando 256 km da capital estadual,
Natal.
[2]
Nascido na confluência dos rios
Seridó e
Barra Nova, ocupa uma
área de 1.228,574 km², o que equivale a 2,33% da superfície estadual, posicionando-o como o
quinto município com maior extensão do Rio Grande do Norte.
[3] Com uma
altitude média de 151 metros, sua população estimada pelo IBGE em 2011 era de
63 147 habitantes, o que a coloca como a sétima cidade mais populosa do estado, sendo a segunda mais populosa do interior do Rio Grande do Norte, com uma densidade populacional de 51,04 habitantes por km².
[4]
Sua atração mais famosa é a
Festa de Sant'Ana, realizada no mês de julho, que em
2010 foi tombada como patrimônio imaterial do Brasil pelo
IPHAN.
[12] Caicó também é lembrada pela sua população religiosa, seus
bordados e sua rica
culinária típica,
[13] além de seu singular
carnaval.
Conhecido centro pecuarista e algodoeiro, Caicó apresenta o mais alto
índice de desenvolvimento humano do interior e
semiárido nordestino,
[14][15] assim como a maior
esperança de vida ao nascer de 73,317 anos, alcançando o maior índice de longevidade do
Rio Grande do Norte: 0,805, considerado "elevado" pela
ONU.
[16] O município ainda se destaca por possuir o menor índice de exclusão social do estado.
[17]
História
Contam-se várias lendas sobre a origem da cidade, porém todas citam um
vaqueiro português que, à procura de água para o seu
gado durante uma
seca, se deparou com um
touro bravio de feições míticas. Aflito diante de tal situação, o vaqueiro fez uma promessa a
Sant'Ana: se conseguisse escapar do touro e encontrar água, construiria uma
capela em sua homenagem. Então, nesse momento, o touro dasapareceu e logo o vaqueiro encontrou um
poço, o qual, segundo relatos, nunca secou. Diante disso, contou o episódio aos amigos, que iniciaram a construção da capela, marco inicial do povoamento de Caicó.
Início do povoamento
Por volta da metade do
século XVII, com o fim das
invasões neerlandesas, iniciou-se o processo de interiorização da
capitania do Rio Grande. Nessa época, a
Coroa Portuguesa começou a conceder porções de terras a particulares, chamadas de
sesmarias e destinadas à
pecuária, uma vez que tal atividade não era permitida nas terras do
litoral; ou então destinadas exclusivamente ao plantio de
cana-de-açúcar. Essa ideia também agradou à
Igreja Católica, pois serviria para a propagação do "povo de Deus na terra".
Resistência da População Indígena
A atitude da
Coroa Portuguesa foi interpretada pelos
indígenas como uma usurpação. Então, deu-se início a uma sangrenta guerra dos índios
tapuias tarairius contra a presença
luso-brasileira. Esses conflitos ficaram conhecidos como
guerra dos Bárbaros.
Com o objetivo de proporcionar maior segurança aos luso-brasileiros, foi construída a casa-forte do Cuó a mando do Coronel Antônio de Albuquerque Câmara, que, posteriormente, receberia reforços de
Domingos Jorge Velho,
bandeirante conhecido por naver destruído o
quilombo dos Palmares.
Cronologia da origem do município
- 1748 - Criado o distrito com a denominação de Vila do Príncipe.
- 1788 - Elevado à categoria de vila, denominando-se Vila Nova do Príncipe.
- 1868 - Elevado à condição de cidade e sede, com denominação de Cidade do Príncipe.
- 1890 - Passa a se denominar Seridó. Ainda no mesmo ano, o município passa a ser denominado Caicó.
- 1911 - Apenas o distrito-sede passa a se chamar de Caicó.
Etimologia
Existem várias versões sobre a origem do nome do município de Caicó.
No dicionário da língua
tupi-guarani,
Lemos Barbosa diz que a palavra Caicó deriva da língua
cariri e que significa "mato ralo". Acredita-se que a região fosse habitada pelos índios
caiacós, da família dos
cariris e que os mesmos denominaram a região de Cai-icó, que significaria "macaco esfolado" por causa dos serrotes pelos quais a vegetação era desmatada.
Segundo o pesquisador Olavo de Medeiros Filho, o topônimo vinha de uma ave agourenta, comedora de cobras e que havia em abundância no curso d'água que passava próximo a casa-forte do cuó, chamado rio Acauã. Os topônimos "acauã" e "cuó" seriam sinônimos, sendo a primeira forma em tupi e a segunda em
tarairiu e ambas as formas designavam o pássaro que dava nome ao rio e à região. Considerando a partícula "quei" como sendo "rio", rio Acauã seria o mesmo que "Queicuó", posteriormente Caicó.
Porém a versão mais aceitável é defendida por
Câmara Cascudo, que refere sua gênese a partir dos termos "Acauã" e "Cuó", que servem à designação de acidentes geográficos (rio e serra, respectivamente). "Acauã" pertence à língua
Tupi e "Cuó", ao dialeto dos
tapuias e tarairius. Tais tribos ainda identificavam o rio pelo termo "quei", o que sugere que Caicó seja uma corruptela de "Queicuó", o mesmo que rio do Cuó. Tal teoria desmistifica a lenda que relata a existência de uma tribo chamada caiacós (citada anteriormente), pois não há registro histórico que comprove a existência dessa tribo na região.
Demarcação do território e integração ao Rio Grande do Norte
Em
1735, a elevação do arraial do Queiquó a povoação e, posteriormente, a sede de freguesia, provocariam uma crise com a província da
Paraíba, devido aos limites do território seridoense reivindicado por ambas as províncias. Caicó, judicial e religiosamente, pertencia à comarca e à freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso do
Piancó, atualmente cidade de
Pombal, no sertão da Paraíba. A disputa pelos limites administrativos entre as duas províncias decorria, em parte, pela ausência de autonomia do Rio Grande. A capitania esteve subordinada juridicamente à Paraíba até
1818, quando foi criada a Comarca de
Natal.
[18]
A interação do sertão com a sede política da Capitania e da Província do Rio Grande foi escassa na Colônia e no
Império, no entanto, em
1812, com a formação das Juntas Constitucionais das capitanias por ordem das Cortes de
Lisboa, ocorreu a nomeação de dois seriodenses para a Junta Constitucional Provisória da capitania do Rio Grande: o acariense Capitão-Mor Manuel de Medeiros Rocha, sendo sucedido pelo Padre Francisco de Brito Guerra, vigário do Príncipe (Caicó), que assumiu sua primeira legislatura, como deputado geral, entre os anos de 1831 e 1833 e foi senador vitalício do
Império em
1837.
O Padre Brito Guerra procurando objetivar os limites da Vila Nova do Príncipe propôs ao
Senado a demarcação do território da vila, representando o interesse potiguar. Seu projeto foi ratificado pelo Decreto de
25 de outubro de
1831. Três anos após o decreto publicado, a insatisfação paraibana permanecia. Em
1834, a Assembléia Provincial paraibana, em conjunto com a Câmara da Vila de
Patos, representavam à Câmara Nacional, solicitando a revogação do decreto de
1831. No mesmo ano em que a
Paraíba formalizou seu protesto, a
Assembleia do Rio Grande do Norte enviou sua representação "contra as pretensões da Província da Paraíba, que trabalha por destruir a lei de 25 de outubro de 1831.
[18]
Ocorreram abaixo-assinados remetidos pelos "juízes de paz, inspetores, guardas nacionais e proprietários", enviados pelas câmaras das Vilas de
Acari e Príncipe - onde se mostravam "contentes em pertencer à Província do Rio Grande do Norte"-, percebemos que os móveis do descontentamento respondiam pela Freguesia de
Patos e pelas pretensões da Vila de
Pombal. Os limites de Caicó estavam estabelecidos. Delimitou-se a enquadrar-se seu espaço no território do Rio Grande do Norte, mas o conceito geográfico de Seridó abrange uma área que cobre parte do sertão norte-riograndense e do sertão da Paraíba, conhecida como
Seridó paraibano.
[18]
Municípios desmembrados de Caicó
Ciclo do Algodão
No final do
século XIX, popularizou-se o plantio de
algodão nas terras do
Seridó, que até então era dominado pela
pecuária. Caicó, assim como toda a região do Seridó, se orgulhava em produzir uma das melhores variedades de algodão do mundo, o algodão Mocó ou algodão Seridó, variedade que resistia às
secas e fornecia capuchos de fibras longas, resistentes, de brancura única e poucas sementes.
O algodão seridoense abastecia inicialmente as
indústrias têxteis da
Inglaterra, que, até esse momento, se abastecia do algodão
estadunidense, mas que, por motivo da independência estadunidense, teve seu fornecimento bloqueado. Foi, então, preciso buscar
matéria-prima em outros locais. Quando a Inglaterra retomou o
comércio com os
Estados Unidos, o algodão seridoense ficou em segundo plano, mas a produção já tinha destino substitutivo: as indústrias
paulistas que começavam a surgir.
Em
1905, o algodão superou o
status do
açúcar no estado, que, com o crescimento econômico, fez surgir políticos seridoenses, assim como uma elite agrária local. Ao assegurarem o controle político do estado, buscou-se realizar as melhorias adequadas para o cultivo e escoamento do algodão. Em
1924, foi criado o departamento de Agricultura, posteriormente o Serviço Estadual do Algodão (1924) e o Serviço de Classificação do Algodão (
1927), além de outras melhorias como a construção de rodovias ligando o Seridó à capital.
Mas em meados de
1918, os paulistas começam a investir em sua produção própria, após uma geada que destruiu as plantações de café e gradativamente deixaram de comprar o algodão seridoense; aliados a falta de investimentos em tecnologia, secas prolongadas e a inserção de pragas, como o bicudo que dizimou vastos algodoais, iniciou-se então a decadência do ciclo algodoeiro. Mesmo com essa situação, foi em Caicó no ano de 1984, que se deu o primeiro registro da colheita de algodão de fibra colorida,dando a partir daí todo o processo de melhoramento genético dessa linhagem.
[20]
Período Republicano
Caicó foi uma das cidades pioneiras a lutar pela instalação da
república, sendo a primeira do
Rio Grande do Norte a possuir um núcleo republicano organizado chamado "Centro Republicano Seridoense", fundado em
1886 por Janúncio da Nóbrega. Com o
período republicano e a
cotonicultura, a cidade viveu um momento de rápido desenvolvimento com o deslocamento do centro político e econômico do estado da região litorânea (
açúcar-
têxtil) para o
Seridó (
algodão-
pecuária), e com isso derrubar a Oligarquia Maranhão, que dominava o estado desde
1892. Quando em
1923, o então
presidente Artur Bernardes conduziu o caicoense
José Augusto para o governo do estado, abrindo caminho para outros seridoenses, como
Juvenal Lamartine e
Dinarte Mariz[21]. Nessa época, Caicó viveu uma fase de intenso desenvolvimento e modernização, com a melhoria de sua infraestrutura, através da construção da
ponte sobre o
rio Seridó, instalação de
telégrafo e rede telefônica, asfaltamento de
rodovias, construção de aeródromo, "Grande Hotel", cinemas, hospital e colégios. Através de políticas higienistas sanitárias, se deu a ampliação da rede de abastecimento e saneamento, além da criação de um código de uso e ocupação do solo urbano.
[22]
Geografia
Caicó e municípios limítrofes
Clima
Clima semiárido com excedente hídrico pequeno ou nulo,
[23] com sua estação chuvosa atrasando-se para
outono sujeito a regime irregular de chuvas, o que acontece entre os meses de fevereiro a maio, com média de precipitação pluviométrica anual de 716,6 mm. O município apresenta grande amplitude térmica, com média de 27,5°C, mínima de 18,0°C e máxima de 33,3°C. Em um ano a cidade apresenta 2700 horas de insolação, com umidade média anual de 59%.
[24]
Formação Vegetal
Conhecida como
Caatinga Subdesértica do
Seridó-
vegetação mais seca do estado e segunda mais árida da
Caatinga, caracterizada pela
vegetação baixa, de
cactus espinhentos e agressivos, agarrados ao
solo, de
arbustos espaçados, com capins de permeio e manchas desnudas, em terra procedente do Arqueano, muito erodida e áspera; Sendo as espécies predominantes: a
jurema, o
pinhão bravo, o
pereiro, o
xiquexique, a
faveleira, a
malva rasteira, o
angico, o
pau-branco, o
marmeleiro e o mata pasto.
[25]
Segundo o Plano Nacional de Combate à
Desertificação, Caicó está inserida em área susceptível à desertificação em categoria "muito grave".
[26]
Solo
O
solo predominante é o bruno não cálcico vértico, de fertilidade natural alta, textura arenosa/argilosa e média/argilosa, moderadamente drenado com relevo suave e ondulado.
Como ocorrências minerais, encontram-se:
barita,
calcário,
talco,
ouro e
tungstênio; também há existência de recursos minerais associados como rochas ornamentais, especialmente:
migmatitos,
brita, rocha dimensionada,
mármore e
paragnaisse.
[27]
Relevo
Sua
altitude varia de cem a duzentos metros. A sede do município se localiza na depressão Sertaneja, terrenos baixos situados entre as partes altas do
planalto da Borborema e da
chapada do Apodi. As
serras e
picos mais altos do município pertencem ao planalto da Borborema.
Vista do
Açude Itans com Serra de São Bernardo ao fundo
O ponto mais elevado do município é a
Serra de São Bernardo, com 638
metros de altitude.
[28]
Hidrografia
Vista do leito do Rio Seridó pela zona urbana de Caicó
O
município encontra-se totalmente inserido nos domínios da
bacia hidrográfica Piranhas-Açu, sendo banhado pelos seguintes rios:
Ainda podemos encontrar uma concentração de pequenas
lagoas e
açudes de pequeno e grande porte, sendo o mais importante o
Açude Itans com capacidade para 81.750.000 m³ de água. Todos os cursos d'água encontrados no município são de natureza intermitente.
Demografia
Vista do Bairro Penedo margeando a
BR-427 A população do município, de acordo com o
Censo de 2010 promovido pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de
63 147 habitantes, sendo o
sétimo mais populoso do estado e apresentando uma
densidade populacional de 51,4 habitantes por km².
[4] Segundo o
censo de 2010, 51,6% da população eram mulheres (
32 336 habitantes), 48,4% (
30 373 habitantes) homens. Sendo que 91,6% (
57 461 habitantes) vivia na
zona urbana e 8,4% (
5 248 habitantes) na
zona rural.
[29]
O
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Caicó é considerado "médio" pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Seu valor é de 0,756, sendo o terceiro maior do estado do
Rio Grande do Norte. Considerando o índice educação (IDHM-E) o valor é de 0,801. O índice da longevidade (IDHM-L) é de 0,805 e o de renda (IDHM-R) é de 0,663. O município apresenta a maior expectativa de vida ao nascer do estado, com média de 73,317 anos.
[30]
Composição étnica
Os fortes traços de influência europeia da população caicoense fez com que os habitantes recebessem a alcunha de
galegos, que era utilizado para designar as pessoas mais claras que vieram majoritariamente de norte de
Portugal e da fronteira galega na
Espanha, principalmente da região do vale do
Minho, seguida das regiões de
Açores,
Estremadura,
Douro e
Trás-os-Montes, onde eram chamados de patrões-marinheiros, em referência a viagem marítima de
Portugal ao
Brasil; mas Caicó ainda foi povoada por migrantes de
Pernambuco (
Goiana e
Igarassu) e
Paraíba.
[32] No entanto acredita-se que parte da população branca tenha ascendência
judia oriunda da
Península Ibérica, chamados de Cristãos-Novos, pois foram forçados a converção ao
catolicismo, sendo isso ainda motivo de estudos.
[33] A presença
neerlandesa no município se limitou a expedições científicas em busca de minérios, onde não deixaram descendentes. A presença de
negros africanos, apesar de limitada, é muito forte culturalmente na região, onde fundaram a
Irmandade dos Negros do Rosário. Em Caicó, os
escravos foram libertados antes mesmo da
lei Áurea.
[34] Os indígenas nativos da região eram originários das famílias
tarairiú (
janduí) e
cariri, onde se dividiam em cinco grupos:
canindés,
Jenipapos,
sucurus,
cariris e
pegas.
[35] Atualmente, não existem mais
índios puros na região, pois foram exterminados durante a ocupação branca por guerras e doenças, restando apenas mestiços. Caicó é muito conhecida por sua população apresentar basicamente três sobrenomes:
Araújo,
Medeiros e
Dantas.
Religião
A grande maioria da população se declara
Católica Apostólica Romana, contabilizando 90,48% dos habitantes. 2,72% da população é
evangélica de origem
pentecostal, que seguem a
Igreja Assembléia de Deus (1,44%),
Igreja Universal do Reino de Deus (0,44%),
Igreja Congregação Cristã do Brasil (0,37%),
Igreja Deus é Amor (0,22%), entre outras. Seguida dos
evangélicos de missão - 1,19%, que se dividem em
Presbiterianos (0,59%),
Batista (0,56%) e
Adventistas (0,04%). Entre as minorias temos a
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (0,29%),
Testemunhas de Jeová (0,27%),
Igreja Messiânica Mundial (0,26%),
Budismo (0,19%),
Candomblé (0,02%) e
Islamismo (0,02%). Ainda 3,96% dos caicoenses declaram não seguir nenhuma religião.
[36]
Crescimento populacional
Ano | 1991 | 1996 | 2000 | 2007 | 2010 |
Evolução populacional | 50.640 | 51.513 | 57.002 | 60.657 | 62.709[37] |
- Grau de urbanização - 88,81%
- Cobertura de rede de abastecimento de água - 95,84%
- Cobertura de sistema de coleta de lixo - 93,69%
- Cobertura de sistema de esgotamento sanitário - 78,20%[38]
Economia
A mais importante atividade econômica foi o beneficiamento do
algodão. Atualmente, o meio rural sobrevive da agricultura familiar e da produção de
leite,
carne-de-sol e do
queijos de
manteiga e de
coalho. Caicó possui o maior rebanho de
bovinos e a maior produção leiteira do
Rio Grande do Norte.
[39], fornecendo
matéria-prima para a produção mensal de mais de 72
toneladas de
queijo de manteiga, 27
toneladas de
queijo coalho e mais de 6 mil
litros de
manteiga-de-garrafa em suas 93 unidades fabris. Sua principal unidade produtora de leite pasteurizado fornece 265 mil litros por mês.
[40]
A cidade destaca-se ainda por ser o maior polo de produção de
bonés do
Nordeste do Brasil.
[41] Tradicionalmente a cidade se destaca pela produção de
bordados artesanais típicos que são valorizados no mercado interno e externo. A
indústria têxtil vem se consolidando como a vocação da cidade e vem crescendo paulatinamente, principalmente o ramo de confecção de camisetas e underwear.
A cidade ainda possui várias indústrias de beneficiamento de alimentos, como de
laticínios (leite pasteurizado,
queijos e
yogurte);
café,
arroz e
milho (torrefação, moagem e embalamento),
sorvetes e panificação. A produção de
cachaças já se destaca a nível nacional, tendo sua qualidade atestada pela imprensa especializada.
No setor secundário ainda se destaca a produção de produtos à base de
argila, como tijolos, lajotas e telhas, Caicó produz em média 1200 milheiros mensais.
[40] Quanto à produção de
cal, a cidade fornece mais de 245 toneladas por mês.
[40] A principal matriz energética do município é o uso da lenha extraída de espécies da
caatinga, isso se deve a inexistência de um gasoduto que reduzisse o impacto ambiental.
[40][42]
No setor terciário a cidade polariza os serviços da região do
Seridó Potiguar e
Paraibano, com serviços médicos, jurídicos, escolares e bancários; funcionalismo público; a presença das
Forças Armadas -
1º Batalhão de Engenharia de Construção - Batalhão Seridó; além de seu intenso e diversificado comércio realizado com as cidades da região. Outro segmento que cresce no município é o
turismo,onde observa-se a cada dia aumentar o número de restaurantes, pousadas, hotéis e a consequente especulação imobiliária.
Política e administração
O
município tem seu
poder Executivo administrado por um
prefeito e vice-prefeito escolhidos pelo voto popular nas eleições municipais promovidas pelo TRE -
Tribunal Regional Eleitoral, assim como o
Poder Legislativo é constituído por uma câmara composta por 10
vereadores eleitos de igual modo, com direito a um mandato de 4 anos.
A cidade possui 3 distritos: Palma, Laginhas e Perímetro irrigado Itans-Sabugi, que são administrados por subprefeitos escolhidos por indicação do prefeito eleito da cidade.
-
Subdivisões
-
Infraestrutura
Educação
Ensino Básico
Caicó conta com 105 unidades escolares, sendo que 27 pertencem à esfera estadual, 47 são de domínio municipal e 31 são particulares. Dessas, 68 se localizam na zona urbana e 37 na zona rural. Quanto ao tipo de ensino, 51 dispõem de ensino
pré-escolar, 75 dispõem de
ensino fundamental e na cidade existem 9 escolas com
ensino médio.
[43]
As escolas que possuem Ensino Médio são as seguintes:
Ensino Superior
A
cidade conta com 5 estabelecimentos de
ensino superior presencial e várias de ensino à distância.
Pórtico de entrada do Campus da UFRN-Ceres em Caicó
Os principais centros de ensino superior presencial são:
Ensino Profissionalizante
O
município possui uma unidade do
SENAC,
SENAI, Centro Tecnológico Têxtil em fase de implantação,
IFRN; além de alguns cursos privados e franquias de ensino de idiomas e de cursos técnico-profissionalizantes .
Biblioteca Municipal
Caicó dispõe ainda da Biblioteca Municipal Olegário Vale sediada em um prédio histórico da cidade, que detem um acervo de aproximadamente 8 mil livros. Recentemente a mesma teve sua estrutura renovada, com rampas de acessibilidade, laboratórios de informática, videoteca, salas de estudo e pesquisa, sala infanto-juvenil e hemeroteca.
Saúde
Hospital de Oncologia do Seridó
Segundo o DATASUS, a
cidade possui 322 leitos hospitalares, no
Hospital do
Seridó, Hospital Regional do Seridó e
Hospital de Oncologia do Seridó; o
município conta 90 estabelecimentos de
saúde, sendo 13 unidades do
Programa Saúde da Família, 7 unidades básicas, 4 postos de saúde na
zona rural, 1 centro clínico, uma policlínica CRIS-Centro Regional Integrado se Saúde, CEREST-Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador, 1
laboratório municipal e 1 laboratório regional, Divisão de
Vigilância Sanitária, Centro de Controle de Zoonoses, Centro de Apoio Psicossocial-CAPS (Hospital Psiquiátrico Milton Marinho), Farmácia UNICAT, Hemocentro, Pronto-atendimento
Unimed 24 horas, além das várias clínicas e consultórios privados.
[49]
Comunicações
O município possui seis emissoras de rádio, sendo elas o principal meio de comunicação das notícias locais: Rural de Caicó AM-830KHz; A voz do Seridó AM-1100KHz; Rádio Caicó AM-1290KHz; Liberdade FM-88 MHz; Rural FM-95 MHz; Solidariedade FM-106 MHz. A transmissão de televisão é feita por retransmissoras, podendo ser captadas em sinal aberto as seguintes emissoras:
TV União(Canal 7),
TV Record(Canal 8),
SBT(Canal 10),
Rede Globo(Canal 12),
Rede Vida(Canal 15),
Rede TV!(Canal 17) e
TV Assembleia RN (Canal 33). A cidade ainda possui jornais impressos de circulação semanal e quinzenal.
Segurança Pública
A cidade é guarnecida pelo 6º Batalhão de
Polícia Militar, chamado Batalhão
Dinarte Mariz, possui contingente de 554 policiais militares divididos em 3 companhias, abrangendo 15 municípios; nas modalidades de policiamento de guarda, policiamento a pé, policiamento motorizado, policiamento montado, policiamento especial - Grupo Tático de Combate e policiamento ambiental. A cidade ainda conta com Delegacia de
Polícia Civil, Delegacia de Atendimento ao Menor e Delegacia de Atendimento a Mulher, além do
Instituto Técnico-Científico da Polícia - ITEP.
[50] Para o cumprimento de mandados de reclusão existe a Casa de Albergue e a Penitenciária Estadual do Seridó. A cidade ainda é sede do 3º Subgrupamento de
Bombeiros, contando com 57 militares, abrangendo 26 municípios.
[51]
Abastecimento
A cidade é abastecida por duas fontes independentes: o
Açude Itans e a
Barragem Passagem das Traíras. No entanto, devido ao
clima adverso, baixo potencial dos aquíferos subterrâneos e topografia desfavorável, foi necessária a construção de uma garantia adicional, através do Sistema adutor Piranhas Caicó, que possui como fonte de água o
rio Piranhas na cidade de
Jardim de Piranhas.
[52] O tratamento e distribuição da água é realizada pela
Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte - CAERN.
Cultura
Museus e espaços culturais
Museu do Seridó
O
Museu do Seridó é uma instituição da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (
UFRN), sendo uma unidade de preservação, conservação e divulgação da memória e da história seridoense. Sediado no antigo prédio do Senado da Câmara e cadeia pública da Vila do Príncipe, concluída em 1812.
O acervo existente foi contextualizado a partir de um tema central- Seridó, terra nossa de cada dia, dividido em cinco núcleos expositivos: Seridó, terra e homem pré-cabralino; Sociedade, produção e trabalho; Devoção e arte no Seridó; Ofício e arte do Seridó; e Indústria alimentícia de subsistência. O museu ainda conta com exposições provisórias de artistas locais.
[53]
Centro Cultural Dep. Adjuto Dias
O Centro Cultural foi inaugurado em 2002,possui 447 poltronas, 2 camarotes, uma sala de projeção de cinema, 4 camarins, 5 salas para oficinas, estacionamento para 300 carros, além de ar condicionado central. Ele está localizado no bairro Paraíba e ocupa uma área de 1770 m². Destina-se a apresentação de expressões artísticas, como teatro, música, dança e artes plásticas.
[54]
Casa da Cultura
Localizada no sobrado do Padre Brito Guerra, prédio histórico da cidade, o local é dos mais atuantes quanto a presença de manifestações culturais. Contando atualmente com duas exposições permanentes: Brinquedos Populares e Galeria dos Imortais Caicoenses.
[55]
Arquitetura
Coreto da Praça da Liberdade
O patrimônio arquitetônico de Caicó vai do
colonial ao moderno. A
arquitetura colonial presente no município foi construído após tal
período, no entanto, houve preservação dessa linha, como pode ser vista na Casa de Pedra do português Gama, considerada primeira residência caicoense, e na antiga cadeia, atual
Museu do Seridó. Com o enriquecimento da cidade, mediante a expansão da
cotonicultura, Caicó investiu em sua urbanização inspirada nas cidades maiores de
Pernambuco e
Paraíba, de onde foram trazidos mestres para a elaboração de
fachadas e
beirais; Assim como sofreu inspiração europeia, trazida pelos arquitetos italianos "Irmãos Giffoni", que se estabeleceram na cidade durante a segunda metade do
século XIX.
[58] Nessa época vigorou a
arquitetura eclética, vista em residências espalhadas pelo centro da cidade e no Mercado Público Municipal. A partir da década de 40 do século XX, iniciou-se a transição do ecletismo para o proto-modernismo e
modernismo, visto em algumas residências e no Centro Educacional José Augusto.
[59] O casario rural do município também merece destaque, como nas casas-sede das fazendas com sua arquitetura austera e simplificada, exibindo amplos
alpendres e sotãos, assim como um dos elementos típicos da região, as cercas de pedra que delimitam as propriedades.
[60] Grande parte da arquitetura antiga do município vem sendo destruída ou alterada devido a inexistência de legislação municipal de proteção a esses bens.
[61]
Esportes
O esporte mais popular no município é o
futebol, onde os jogos profissionais são sediados no
estádio Senador Dinarte Mariz, casa do
Atlético Clube Corintians de Caicó,
[62] que junto com o
Caicó Esporte Clube formam as únicas equipes profissionais de Caicó. A cidade realiza anualmente a Corrida de Santana,
[63] principal evento de atletismo, além de possuir tradição em sediar eventos de outros esportes, como
MMA,
[64] motocross,
[65] e uma das etapas do
Rally dos Sertões.
[66] Tradicionalmente há a realização de
vaquejadas muito procuradas pela população local. Caicó ainda conta com um Clube de
Tiro.
[67] A cidade sedia anualmente os JERN's - Jogos Escolares do
Rio Grande do Norte, onde congrega os municípios da região polarizados por Caicó.
Turismo
Caicó faz parte do polo turístico do
Seridó ou Roteiro Seridó. Além de integrar o Guia Turístico de Produção Associada, publicado pelo
Ministério do Turismo,
[68] devido a identificação e registro de produtos com representatividade cultural e identidade regional.
[69]
Ecoturismo
Anfiteatro da Ilha de Santana com Capela de São Sebastião ao fundo
No
município, acontecem práticas de
ecoturismo. Em suas
serras,
grutas e
rios, podem-se realizar
rapel, escalada,
rali,
mountain bike, acampamentos, trilhas e trekking em locais como a
serra de São Bernardo, serra da Formiga,
gruta da Caridade e pedra da Baleia localizada no
rio Seridó.
Turismo Cultural
No turismo cultural, destaca-se a
Irmandade dos Negros do Rosário, criada em
1771, onde pode ser vistas seus rituais que utilizam lanças e danças tribais ao som de tambores seculares. Ainda pode-se visitar o
Museu do Seridó, onde pode se conhecer a
história do povo seridoense, seu modo de vida e seus ciclos econômicos, além de exposição de artistas locais. Outro destaque é o
artesanato local, onde Caicó é conhecida como "Terra do bordado", pela excelência de seus trabalhos manuais, herança da
colonização portuguesa. A
culinária é outro atrativo da cidade, que se destaca nacionalmente pela qualidade de sua
carne-de-sol,
queijo de manteiga e de
coalho,
manteiga-de-garrafa, assim como seus doces tipícos:
filhós,
chouriço e biscoitos caseiros. Além da nova vedete: a produção de
cachaças.
Turismo de Eventos
Dentre o
turismo de eventos destaca-se o
carnaval, que já figura entre os maiores do nordeste. Onde o principal atrativo é o "bloco Ala Ursa" ou "bloco do Magão", que arrasta multidões pelas ruas da
cidade ao
som de
frevo e marchinhas, acompanhada de bonecos gigantes, burrinhas e papangus. A sexta-feira destaca-se pela saída do bloco das Virgens, onde os homens vão trajados com roupas femininas e as mulheres vão vestidas de homem. À noite, o carnaval acontece no complexo turístico
Ilha de Santana, onde os blocos formados pelos jovens, geralmente com nomes irreverentes celebram o carnaval ao som de músicas atuais de
axé e forró-elétrico. Um detalhe que deixa o carnaval caicoense único é a confecção de caixotes, onde os blocos conservam as bebidas que serão consumidas durante a festa. Na Ilha de Santana forma-se um corredor onde os blocos "rivalizam" a atenção para seu caixote, onde há até a existência de caixotes motorizados.
-
Turismo Religioso
Festa de Santana em Caicó
Caicó é um destino potencial de turismo religioso, a
Festa de Sant'Ana realiza na última semana de julho, já é o maior evento socio-religioso do
Rio Grande do Norte. A festa é uma mistura de sagrado e profano que atrai turistas de todos os cantos do RN. A Festa de Sant'Ana é se tornou Patrimônio Imaterial do Brasil pelo
IPHAN, sendo a primeira manifestação cultural a sofrer tombamento no estado e a quarta manifestação a se enquadrar como patrimônio imaterial no
Brasil.
[70]
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A arte do
bordado chegou ao
Brasil através dos colonizadores portugueses por volta do
século XVII e
século XVIII, sendo apenas um dos passatempos favoritos das esposas dos exploradores. A região do
Seridó, principalmente Caicó e
Timbaúba dos Batistas, são as cidades que mais refletem essa tradição
lusa, apresentando características semelhantes ao bordado típico da
Ilha da Madeira, em
Portugal; tais indícios podem ser comprovados através das estampas atuais, flores e pístilos, que remetem a padrões próprios da Ilha da Madeira. Porém as
mulheres seridoenses deram características bem nordestinas a essa arte, utilizando de
cores vivas, representando a
fauna e a
flora locais. O bordado é realizado diretamente sobre o
tecido, geralmente utilizando
linho, percal ou polialgodão. Originalmente, este
artesanato era produzido à
mão, apenas com
agulha e
linha colorida. Mas com a
industrialização, as bordadeiras já se utilizam de máquinas de
costura.
[71]
Pontos turísticos
Feriados Municipais